sábado, 9 de novembro de 2024

Relatos de Manjari Bhava da Brahma-Madhava-Gaudiya-Sampradaya

 

Krishna tocando flauta, por Vishal Nixon.

 

Resumo do Livro Madhurya, a Rasa da Doçura


Neste capítulo, ficamos sabendo sobre o exaltado estado de amor das Gopis de Vraja  por meio de relatos de acharyas da Gaudiya Sampradaya
em Manjari Bhava. Esses relatos nos falam sobre a unidade de expressão que está em Radhe Shyam Madhura Rasa. São experiências em Manjari Bhava que coexistem com Gopi Bhava. As Manjaris executam muitos mecanismos, mas não todos, elas não vivenciam o passatempo do mesmo ângulo de visão que as gopis, especialmente aquelas que têm um relacionamento conjugal direto com o Senhor.

Apesar de um alto grau de rendição e intimidade em Madhurya Bhava, nem toda alma experimentará esse tipo de relacionamento com o Senhor, pois existem cinco tipos de Rasa - Neutralidade, Servidão, Amizade, Afeição Parental e Amor Conjugal. No entanto, há interseções entre elas e o caso clássico é o das manjaris, que coexistem direta e intimamente com o relacionamento conjugal do Senhor com as Gopis de Vraja. Esse tipo de mistura diversifica as Lilas. 

Os passatempos mistos consistem em teias de diferentes bhavas e Shri Krishna retribui concomitantemente com os bhavas. Bhava é o humor do relacionamento com Krishna, que é muito específico dentro de uma rasa em particular. Ele é diferente de acordo com a especificidade de cada alma (Sthayibhava). As manjaris são meninas adolescentes que servem eternamente a Shrimati Radharani em Sua lila amorosa com Shyam. Em sentido estrito, Manjari Bhava existe em dasya e/ou sakhya, desenvolvida dentro do Universo de Madhurya Rasa de Krishna com Shri Radha e outras gopis, mas madhurya, em sentido estrito, é experimentada apenas por Shri Radha e outras gopis que se relacionam conjugalmente com Shyam.

Este capítulo consiste na Madhurya Rasa Lila de Krishna conforme revelada por meio do Manjari Bhava de acharyas da Gaudiya Sampradaya. O trabalho escrito por eles enquanto viviam a experiência transcendental em seus siddha dehas de manjaris pode ser classificado em três tipos de obras literárias que:
 

(A) sistematizam a ciência de Rasa Tattva
(B) dividem o tempo no ambiente florestal de Vraja
(C) transferem impressões sobre os sentimentos que abundam na Madhurya Lila de Krishna.

Jaiva Dharma, de Srila Bhakti Vinoda Thakura, está repleto de realizações transcendentais. Ele revelou abertamente suas experiências em Manjari Bhava. Ao apresentar Madhurya Rasa, o autor diz que é extremamente confidencial e é experimentado por:

(a) Krishna, que é vishaya aalambana (objeto de amor)
(b) Gopis de Vraja e Shrimati Radharani, que são ashraya aalambana (as amantes)

O presente livro de Shri Krishna Madhurya acrescenta as esposas de Keshava em Dwarka, que estão em Swakiya Madhurya Rasa. Alguns autores concluem que o relacionamento das amantes (Parakiya Madhurya Rasa) é mais elevado do que o das esposas (Swakiya Madhurya Rasa).

Pela impressão que tive de minha interação com o próprio Krishna, conforme consta no Rasa Tattva (2014), a palavra superior não é ideal para ser usada ao comparar o relacionamento das gopis com o das esposas. Ali Shri Krishna explicou que o amor pelas gopis se torna muito elevado por causa da aceitação de para bhava (atração extraconjugal), mas o relacionamento que Ele tem com as esposas não é inferior a parakiya. Essas são apenas duas maneiras diferentes de atrair a Fonte de Atração que causa a conformação do mundo do amor conjugal.

Srila Vishwanatha Chakravarti Thakura explica em Madhurya Kadambini que quando há prema, amor intenso e puro por Shri Krishna, a fonte de todo amor, o sentimento é tão incondicional que a alma clama por ele dia e noite. Nesse estado, a alma não se permite pensar em nada além de seu Senhor. Isso é experimentado pelas gopis e esposas.


Perguntas/Respostas

Díalogo Entre V d e Guru Ma Shri


1. Qual é a principal diferença entre Manjari Bhava e Gopi Bhava? Quais são seus sthayibhavas e o vishaya aalambana de seus bhavas, respectivamente?

A principal diferença entre ambos os bhavas está exatamente no vishaya aalambana, pois para as Manjaris, tal objeto de adoração é Radharani. Em Gopi Bhava o vishaya aalambana é Krishna. O sthayibhava das Manjaris é repleto do desejo de servir Shri Radhe, satisfazendo-a através de oportunidades dEla expressar Seu amor por (com) Krishna. O sthayibhava das Gopis é pleno da intensão de dar prazer para Krishna, o prazer que o Amante apaixonado sente quando se deleita com Sua(s) amadas.

2. A disposição de ser a consorte de Krishna (Gopi Bhava) e a disposição de ser um amigo/servo da consorte de Krishna (Manjari Bhava) estão presentes ou são necessárias para a alma em Gopi Bhava?

Gopis e Manjaris se relacionam com Krishna de maneiras diferentes, mas todas são servas dEle. As Gopis têm como serviço dar prazer extraconjugal para Ele, enquanto as Manjaris o servem construindo oportunidades para que suas experiências conjugais com as Gopis e Radha aconteçam. Gopis não estão estabelecidas em Manjari Bhava e Manjaris não estão em Gopi Bhava, mas elas atuam juntas na Madhurya Rasa Lila.

3. O Manjari Bhava das almas é direcionado a Shri Radharani ou também é direcionado a outras consortes do Senhor? Existe um lugar para Manjari Bhava no Dwarka Lila?

O principal objeto de amor em Manjari Bhava é Shri Radhe, mas elas também sentem atração pelas outras consortes de Krishna. De forma semelhante, existem Manjaris em Dwarka Lila, as quais criam oportunidades para Krishna se divertir em atração conjugal com Suas Esposas. Elas apenas não são mencionadas em literaturas anteriores, porque não existiram ainda autores que tenham vivido a experiência de Manjaris junto das Esposas do Senhor, as descrevendo em livros, assim como os que viveram Manjari Bhava em Vraja Lila.

4. Uma vez que o desejo de amor conjugal vem de Radhe Shyam, que faz com que as almas busquem esse amor, o que acontece com esse desejo dos associados pessoais do Senhor que se relacionam com Ele em outros bhavas? Já que qualquer relacionamento que tenhamos com o Senhor é o mais desejável para nós, então o desejo de buscar amor conjugal cessa na alma que se relaciona com o Senhor em bhava diferente de Madhurya Bhava?

Quando os associados de Krishna estão com Ele em outros bhava podem realizar o amor conjugal de Radhe Shyam por meio de suas próprias relações conjugais, as quais, na unidade com o Casal Divino, os completa plenamente. Descrevo tal tipo de interação perfeita no livro Radha Krishna, o Sol da União entre as Chamas Gêmeas. Esse livro explica como o desejo de buscar por amor conjugal cessa de fato na alma que se relaciona com Krishna com intimidade em qualquer bhava.

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