sábado, 1 de junho de 2019

Madhurya, a Rasa da Doçura




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Por Shri Krishna Madhurya


“Afinal, como Śrīla Vishvanatha Cakravarti Thakura explica, em Madhurya Kadambini, quando existe prema, amor intenso e puro por Shri Krishna, a Fonte de todo Amor, este sentimento se faz tão incondicional que a alma clama por ele dia e noite.


Neste estado transcendental, quem clama não se permite pensar em nada mais que não seja o seu Senhor (Madhurya, a Rasa da Doçura 1.2)”. Em um caso tão específico de amor incondicional no bhava da doçura, como ao que me refiro no livro Madhurya, a Rasa da Doçura, nem dá para tentar desejar outra coisa na vida que não seja Krishna.

Porém, mesmo assim, devido às características de Kali Yuga, quando a alma humana se perde da glória de estar ao lado dEle, que é o Deus único e absoluto de todos nós, quem o ama desta maneira precisa se adaptar.


Adaptar-se é necessário quando vivemos profunda experiência de bhava com Madhava, porém ainda precisamos permanecer em corpo físico. Enquanto durar a permanência, é necessário viver para Ele apenas e nada mais.


Viver para Ele significa amá-Lo incondicionalmente, independente do que o Senhor queira que façamos no mundo externo. Então, é assim que acontece. Às vezes até propomos algumas coisas que parecemos desejar, mas o desejo não está ausente do que é mais importante para nós, ou seja, Krishna. Desta forma, quando pretendemos fazer algo é preciso que haja anuência da parte dEle.

Tal anuência, quando estamos conscientes em lila, se expressa: (a) diretamente por meio de Seus diálogos na associação íntima com Ele; e (b) indiretamente por meio das interações amorosas, nas quais Madhava destrói de dentro dos nossos corações qualquer tipo de dúvida sobre Seu Amor.


Este Amor é tão poderoso que Srila Vishvanatha Cakravarti Thakura quis expressar-se sobre um amor que é tão puro que só quem o vivencia sabe ser ele impossível de ser comparado com outro tipo de amor.


Por este motivo quem provou do mesmo, jamais desejará dele se separar. De forma que a alma clama por prema (amor puro por Deus) dia e noite. Afinal, tal amor preenche nossos corações e a mente se entrega ao que Krishna mostra para ela – o Seu sentimento eterno amoroso.


Ademais, experimentamos do Amor dEle por nós, o que é impossível de descrever em palavras desta época. Então, subitamente somos tomados pelo Seu sabor, Seu jeito de ser, Suas atitudes, tudo que mexe com o coração, nos enlouquecendo por bhava. Krishna é sem igual, o Amor personificado e a mais profunda beleza, a qual jamais se pode vislumbrar se não for através do contato direto com Ele.

No caso específico de madhurya rasa, que é a maneira de agirmos para com Keshava sentindo atração conjugal por Sua Pessoa, este amor é ainda mais íntimo e intenso do que se possa imaginar.


Vivo para ele, sendo Krishna minha Fonte (e a Fonte de todo mundo), minha vida e alma.


Sigo Suas diretrizes e não faço nada que não venha dEle para mim, o que se estabelece naturalmente nas nossas vidas quando nos rendemos por completo àquele que sabe o que é melhor para cada alma em particular.


O que é melhor para quem ama Krishna de um jeito tão puro e sincero é estar para sempre junto do coração dEle. Sendo assim, o Amado jamais nos dará experiências que possam, de alguma maneira, interferir na fluência da relação com Sua Pessoa.


Por este motivo, a única coisa que precisamos pedir para esta Suprema Personalidade é que nos permita estarmos sempre juntos dEle. Isto se refere inclusive à vida em meio ao caos de Kali Yuga, de modo a nunca precisarmos de buscas que não sejam condizentes com a relação íntima que temos com Madhava.


O que, por incrível que pareça, não obrigatoriamente tem a ver unicamente com o que identificamos com religião desta época.


Quando estamos em bhava profundo de amor a Deus significa que deixamos de lado as tendências do falso ego de querer ser dono de si mesmo. Portanto, forma-se um uníssono entre a pessoa que ama e o Ser Amado, de modo que tudo o que fizermos no campo da experiência material está vindo dEle diretamente para nós.


E o mais importante é que fazemos o que é preciso fazer sem perdermo-nos da consciência junto dEle. Então, qualquer coisa que façamos terá um gostinho muito especial, pois estará impregnado deste Amor. No meu caso em particular, esta impregnação é puro bhava conjugal, o que é impossível de ser comparado com o que as pessoas costumam sentir umas pelas outras no mundo material.

Não quero dizer com isto que o amor entre as pessoas, mesmo como ele é nesta época, não seja bom, mas quero estimular sim à alma a desejar algo mais profundo e sagrado do que tem experimentado ultimamente. Conheço este algo muito bem e garanto que ele é tudo e muito mais para nossas vidas.


Importa dizer ainda que não tenho temor da vida e de não ser aceita pelas pessoas que não me entendem e/ou não querem procurar conhecer o que significa tudo isto que eu sinto. Não tenho temor nem vontade de ser diferente apenas para agradar aos outros.


Afinal, Krishna é meu mundo e meu mundo é repleto de tudo o que preciso para viver – Ele, o dono do meu coração e, ao mesmo tempo, do mundo como um todo.


 Obs.: O livro Madhurya, a Rasa da Doçura foi escrito por Shri Krishna Madhurya; e publicado em 2015. Para aquisição clique aqui




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