Poesia do Janmashtami 2017

FIM DE LINHA

Autor: Shri Krishna Madhurya

Chega o ponto crucial,

Onde o Todo me chama para Si.

Este Todo é Você, meu Krishna.

Ele é o que me absorve, então,

Basta de desejar um desenho material.

É melhor sair do desalinho,

Voltando ao meu interior.

Dentro dEle há meu coração,

Quem me acolhe em unidade

E me mostra o que é para sempre.

O definitivo, onde com Ele estou.

Com Ele, eterno Senhor,

Com Krishna, meu doce amor.

Tanto fiz e nada vingou.

Muito tentei e pouco resultou.

Mas, há algo que cresceu demais,

Que infinito e insuperável é.

Este algo tem imensurável valor

E se mostra claramente para mim.

Nada percebo que possa dEle me afastar,

Pois, em nenhum momento da vida Ele me deixou.

Nada me comove como este algo.

Nem quero do mesmo me distanciar.

Do resto, distante estou.

Sendo assim, meu destino está claro.

Minha Luz me iluminou.

É com Krishna que quero ficar,

Sem com nada mais me importar.

Nem com lamentações

Ou a bagagem que aos meus ombros pesou

Por causa do mundano

Cheio de desilusões,

O qual está ao meu redor.

Krishna me libertou,

Sendo Ele a Luz que à escuridão eliminou.

Ele é o que clareia minha visão

E minha vida que se aprofundou,

De modo que desejo partir.

A partida é para uma viagem sem volta,

Na qual tudo se esclarece,

Porque não há mais nenhum outro interesse

Que não seja O amar.

E a tal sentimento por completo se entregar.

Quando o sinto, vejo quem de fato eu sou.

Quando O amo, experimento o que me libertou.

Me libertou para sempre

Do que nunca irá me preencher,

De forma que deixo estas coisas para trás

E vivo feliz na jovialidade da alma.

Dela que sabe o que é viver,

Afinal, vive apenas para o Senhor.

Para Ele que é o seio do meu aconchego,

Braços que me abraçam

E Luz que clareia minhas ideias,

Acalmando-me, meu apego.

Membros nos quais me enlaço,

Lágrimas que me comovem,

Choro que me toma.

Krishna, por Você eu agonizo.

Por Sua Pessoa, as nuvens se movem.

Nuvens que me levam,

Me levam para longe

Deste mundo tão ilusório

Materialista e precário.

Neste dia de Janmashtami, trocamos afeto

E, enfim, Você me mostra tal significado.

O significado deste outro nascimento,

Já que nasce neste momento,

Quando todos se voltam para Sua vinda ao mundo.

Este outro nascimento existe para mim,

Que sou tão sua, aos Seus pés rendida.

É o fim da linha para o que não mais nos serve

E mais um começo do que não terá mais fim.

Porque é eterno padrão de me fazer assim,

Ainda mais Sua do que já sou.

Em ainda mais intenso romance do que já está

Pois, mudo conceitos e para Você me dou.

Este dar-se a Deus é infinito,

Sem memórias e sem limites.

É um dar-se diferente

Que se mostra tão bonito,

Liberado e convicto.

Meu Krishna, ao que me mostra aceito,

Sem nenhuma outra intenção

Além de deixar tudo para trás.

O que não me pertence mais.

Pois, daqui para frente irei seguir os passos

Que me fazem só de Você precisar,

Sem que outras questões possam se expressar

Na forma de elos e laços.

Deixo tudo esquecido o que não nos contém a ambos.

Amo-o apenas e ao que com Você me faz estar.

Este é o significado deste dia de liberdade,

Meu Krishna, minha paz.

 Livre me faço ainda mais, para a Você me entregar.