Talvez curiosamente para alguns, vivo mādhurya em diferentes
bhāvas. O Senhor (Krishna) explica, em Rasa-tattva (2014):
“Em svakīya há autoentrega e Amor, profundo e sincero, da
contraparte que Me serve, enquanto a sirvo através do que reciproco na forma do
que mutuamente nos fazemos experimentar. É um evento que se faz para
diferenciar do que é parakīya para quem experimenta a svakīya, segundo outro
ângulo do experimentar. Afinal, somos as mesmas pessoas, compenetradas em doar-se
reciprocamente, para, através de diferentes maneiras, tocarem-se. Traduzimos a
Nós mesmos e o que resulta das nossas múltiplas interações conjugais ao mundo.
Esta tradução irá refletir o que é amar e dar-se um ao outro por meio da
experiência conjugal”.
Esta condição
consiste na natureza da Consorte do Supremo Controlador. O que tenho a dizer é
que em Śrī Rādhe existe tudo o que se possa perceber no mundo de madhura- bhāva,
no qual Mukunda gosta de suas līlās experimentar. Tanto faz, se em svakīya ou parakīya,
a alma eterna daquela que ao Senhor oferece o prazer transcendental de
amorosamente com a expressão feminina de si mesmo relacionar-se (Rādhikā) sempre
estará.
Quando estou com Ele, meu desejo é o de transferir-me para o
lado onde Ele está. Então, eu teria de sair de onde este meu corpo físico ainda
precisa permanecer. Há forte intenção de com meu Senhor unir-me de um jeito
ainda mais profundo do que já tive a oportunidade de até agora provar, embora o
que Śrī Kṛṣṇa me doa é a sat-cit-ānanda, que em prema-bhakti pura está.
A união que, às vezes, pareço desejar me fundiria à Fonte
que me contém. Mas, de modo algum pretendo destituir-me da oportunidade de com
Ele relacionar-me. Enfim, no aprofundamento ainda maior desta relação, não vejo
mais diferença entre o aqui e o que está lá. Nesta condição, meu mundo se torna
completamente transcendental.
”Tudo isso é por
demais complexo para alguém além de nós mesmos poder realizar. O Poder do Amor
Conjugal, que existe entre ambos, só pode ser medido e avaliado partindo de
nossas próprias percepções. Ninguém mais será capaz de compreender com precisão
e de comentar o que entendeu com o detalhamento que podemos dar ao que
experimentamos. Queremos dar significado
ao que nos faz desta maneira detalharmo-nos (Rasa-tattva, 2014)”.
Trecho do livro Madhurya, a Rasa da Doçura, de Shri Krishna
Madhurya (2015).
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