domingo, 10 de agosto de 2025

Vrindavana Yatra

Depois de muitas estadias em Vrindavana, enquanto me preparo para o que será minha décima viagem para visitar lugares sagrados da Índia, organizo uma espécie de roteiro. Aqui disponibilizo algumas informações importantes sobre alguns de tais lugares a rever, pois sei que elas podem ajudar quem estiver indo pela primeira vez e/ou interessado em visitar a cidade de Radhe Shyam. Por serem muitos os recantos, templos e paisagens que merecem ser mencionados, optei por dividir o assunto em quatro postagens: i) Vrindavan parikrama; ii) o Yatra da Nova Vrindavan; iii) o Yatra da Antiga Vrindavan; iv) Braj Mandal Yatra (Barsan, Gokul, Mahavan, Nandgaon, Govardhana, Dauji, Mathura e outras localidades).

 

Parte I: Vrindavan parikrama

Com 12 Km de extensão, é a rota que circunda a cidade de Radhe Shyam, ao longo da qual se pode meditar na sagrada lila. Geralmente a caminhada começa na Parikrama Marg, na esquina do Templo de Krishna Balarama (da ISKCON) e se prolonga por 10 Km. Pode-se fazer o percurso em cerca de 3 horas de caminhada, o que depende do ritmo de cada um e das paradas que se façam ao longo do trajeto. Alguns pontos da caminhada com grande relevância espiritual são:

Kaliya Ghat (Kalideh ou Kaliya Daha) - local onde Krishna derrota Kaliya, conforme descrito no Bhagavata Purana 10.16-17, incluindo uma árvore Kadamba muito velha, certamente descendente daquela sobre a qual Madhava subiu para pular na água e subjugar a serpente.





Shri Radha Madan Mohan Mandir – bem próximo ao Kaliya Ghat, estabelecido por Sanatana Goswami, discípulo direto de Shri Krishna Caitanya e autor de livros importantes da Brahma Madhva Gaudiya Sampradaya, onde uma réplica de Madana Mohana (que está em Jaipur) foi estabelecida. É possível visitar ali também o Samadhi de Shri Sanatana Goswami; e a Dwadash Aditya Tila, para onde Krishna foi levado depois de ter subjugado Kaliya.


Imli Tala Mandir – o local onde Krishna senta-se para meditar no profundo sentimento de separação de Shri Radhe, quando Ela sai da dança da rasa, ao perceber que outras gopis também dançam com Ele simultaneamente (Bhagavata Purana 10.29-33). Aqui também, segundo a tradição da Brahma Madhva Gaudiya Sampradaya, se diz que Caytania sentava em busca da experiência do sentimento de Amor de Radha Krishna.



Shringar Ghat – local onde Krishna encontra Radha, escondida sobre uma árvore Banyan, depois de ter meditado na separação onde hoje existe o Imli Tala Mandir. Na entrada para o local, há uma deidade de Shri Bateshwar Mahadeva. Para ver algumas imagens, clique aqui.

 

Chira Ghat – onde Krishna rouba as roupas das gopis, de acordo com Bhagavata Purana 10.22, subindo em uma árvore Kadamba, cuja descendente existe ali até hoje, sendo imbuída da espiritualidade da mesma árvore sob a qual Ele sobe. Devido à mudança da configuração dos bancos do rio Yamuna, atualmente o Chira Ghat não está mais às suas margens. A árvore Kadamba recebe homenagens dos devotos, adoração e oferendas. Para ver algumas imagens, clique aqui. Na área, há uma rua com saída para o Banke Bihari Mandir.

 

Keshi Ghat – onde se pode presenciar, no alvorecer, o puja de Yamuna. O local relembra o passatempo de Krishna matando o demônio com forma de cavalo, Keshi, relatado no Bhagavata Purana 10.37. Pode-se visitar também o Yamuna Mandir e Mahadeva Mandir, situados no limite do Keshi Ghat com a rota do parikrama.



Outros momentos do parikrama envolvem: a entrada para Nidhivan, Shaji Mandir, Shri Radha Raman Mandir; a passagem pelo Tatiya Sthan (local de meditação de Lalit Kishori, seguidor de Swami Haridas); e a chegada no Atalla Chungi e na Caitanya Mahaprabhu Marg, além do contato com ashrams de diferentes gurus e templos (como o Jagannath Ghat Mandir). Alguns desses elementos do ambiente sagrado de Vrindavana serão mencionados novamente nas próximas postagens dessa sequência.


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