Figure 1 - Krishna (by Pete Linforth).
Sumário
do Livro Madhurya, a Rasa da Doçura
O Senhor deu-me a posição de fundadora e líder espiritual de uma expressão religiosa adicional para o mundo e intitulou-a de Religião Bhagavata da Nova Era (Neo Bhagavata). Escrevemos juntos o que é revelado neste lado do mundo sob a forma de livros e outros recursos.
Shri Krishna aborda esta religião como um novo caminho que
pode ser oferecido sempre que o novo é merecido. Ele propõe novas fórmulas e
implementa novos argumentos, mas todos eles existem para sempre. Ele deseja
revelar o que ainda não foi revelado e, portanto, não deve haver contradições
nas mentes daqueles a quem Ele dá esse conhecimento.
Esta nova expressão religiosa foi introduzida inicialmente
como o Templo da Fé Neo Bhagavata, na cidade do Rio de Janeiro (Brasil). Como parte
das atividades cotidianas do mesmo Templo, há as minhas interações diárias com
o Senhor, das quais nasceu a necessidade de ensinar Rasa-tattva.
Propus uma leitura conjunta da obra Jaiva-dharma de Shrila
Bhaktivinoda Thakura com Krishna. Esta obra está repleta de importantes
realizações transcendentais, sendo um dos meus melhores guias literários. A
leitura conjunta com Krishna ocorre através da interação da minha mente
racional no mundo linear com a minha consciência transcendental que reciproca
experiências com Ele.
Doze textos foram gerados a partir desse esforço.
Na introdução, Ele disse o seguinte: “Há uma ciência que
pode ser desenvolvida sobre esta questão (rasa-tattva). Aqui quero
aprofundá-la, a fim de proporcionar ao ser humano a oportunidade de Me
encontrar através da sua própria compreensão. Isso facilitará à alma a
apreensão do que a fará estar comigo”.
A intenção principal por trás da exibição de
madhura-rasa-lila à Terra é tornar disponível para os seres humanos a
oportunidade de realizar a Pessoa Suprema.
Em “Rasa-tattva, Princípios do Amor Divino”, um dos textos
que escrevi com Ele, Shri Hari ensina que Radharani é a personificação da
contraparte feminina do Amor Conjugal em sua mais plena perfeição e, a partir
dEla, fluem todas as outras conformações do aspeto feminino com as quais Ele
co-criou e articulou as múltiplas manifestações de madhura-rasa. Todas estas
conformações estão n'Ela e pertencem-Lhe. Desta forma, Shri Radhe é completa e
agrada plenamente a Krishna. Ele tem-Na como aquela que O satisfaz, articulando
o amor com total perfeição.
Aquele que cultiva um profundo amor pelo Senhor, enquanto
vive na realidade material, passa da materialidade do universo para a Sua
morada eterna e essa transferência pode ocorrer mesmo enquanto se vive
conscientemente, tendo um corpo físico no planeta, para os passatempos eternos.
Eventos raros deste tipo são feitos apenas para manifestar algo desta relação e
ficam registados para sempre na história espiritual da sociedade.
Há religiões e outras formas pelas quais o Senhor se
manifesta. Para ser notado, o Senhor se expõe em diferentes bhavas, entre os
quais madhurya é expresso através de muitos recursos: Shrimad Bhagavatam, a
literatura devocional dos acharyas Brahma-Madhava-Gaudiya-Sampradaya, os hinos
de Andal e os escritos poéticos de Mirabai.
Estou agora construindo uma parte do que meu Amado Consorte
quer que eu realize enquanto permaneço associada ao campo da existência
material. Ao mesmo tempo, estou com Ele em experiência transcendental.
Por meio desta Religião Bhagavata da Nova Era (Neo Bhagavata), Krishna
ensina-nos a rever os nossos valores e a mudar as nossas opiniões sempre que
isso for necessário para nos abrirmos a percepções profundas. Até Arjuna teve a
necessidade de compreender que precisava se abrir para o que Krishna estava lhe
oferecendo.
Keshava instruiu-o profundamente, o que está exposto no
eterno e sempre contemporâneo Bhagavad-Gita. Num dos Seus ensinamentos, Madhava
diz-nos que “o não cumprimento do dever prescrito leva a alma ao fracasso das
suas interações com o que tem de realizar como parte do que representa na
totalidade que a tudo contém, incluindo ela própria e as suas tarefas”.
Não fazer o que a pessoa precisa fazer é insatisfatório e
torna a vida estéril e mal orientada. Portanto, estou apenas cumprindo com o
meu dever, completamente apoiada pelo meu vishaya em madhurya bhava. O meu
dever envolve as atividades que devo realizar como mestra da manifestação
religiosa de Madhurya para a Nova Era. Estou deixando que Ele me guie. Tenho
que ser capaz de ajudar os passos daqueles que desejam dar a si mesmos a
oportunidade de obter conhecimento íntimo sobre os procedimentos desta nova religião.
Isso é o que se exterioriza enquanto sirvo ao Senhor em prema-bhakti,
completamente absorta na consciência transcendental.
Shri Krishna ensina que o sentimento de amor que Ele
retribui à alma é tão intenso quanto a alma se permite cultivar e não há
limites para que Ele se relacione com Seus devotos. O Senhor permite o acesso à
Sua Morada Eterna sempre que, através da auto-realização, a alma supera as
compreensões imperfeitas sobre a sua natureza.
Na Sua Morada Eterna, assumo a condição de consorte. Mas é
importante mencionar que, para chegar à condição atual no relacionamento com
Shri Hari, tive que passar por muitas fases diferentes. Nelas, vivi os sintomas
caraterísticos de cada etapa, que Ele foi me dando aos poucos. Tais sintomas
são chamados anubhavas. Krishna explica em Rasa-tattva que Bhava é o que
aparece quando há algum tipo de interação. Pode ser mais ou menos profundo,
variando de acordo com a maneira como Ele se expressa através da mesma relação.
Manifesta-se sob a forma de sintomas e mudanças no carácter e no corpo da
pessoa que tem o prazer de se relacionar com Ele.
As mudanças de caráter e sentimentos de cada novo momento
que vivi até a escrita deste livro foram sendo traduzidas nas minhas expressões
poéticas.
Perguntas/Respostas
Diálogo Entre V d
e Guru Ma Shri
1. Diz-se muitas vezes que um devoto puro nem sequer deseja
os 5 tipos de liberação - Salokya, Sampiya, Sarupya, Sarshti, Sayujya - em vez
disso, ele deseja que, vida após vida, obtenha devoção ao Senhor.
O que é que isto significa? Eu acredito que Sampiya Moksha é
extremamente desejável.
Para começar a responder a essa pergunta, vamos lembrar
quais são os cinco tipos de liberação mencionados no Srimad Bhagavatam (3.29.13):
salokya – ir viver na morada do Senhor; sampiya – ir para perto
dEle, não importa onde Ele estiver; sarupya – adquirir forma semelhante
à do Senhor; Sarshti – adquirir a mesma opulência que Ele; e Sayujya
– adentrar no corpo dEle (fundir-se com Ele). Daí compreendemos que o devoto
puro já tem tudo o que ele precisa ter, não sendo necessário desejar mais nada.
Afinal a devoção pura é imersão no amor transcendental e na vida divina, quando
se vivencia aquilo que se é junto da Pessoa de Deus. Por estar nesse tipo de
consciência, o devoto puro transcendeu qualquer tipo de desejo que não lhe
pertença. Isso pode corresponder a uma liberação do tipo salokya, sampiya,
sarupya, sarshti ou sayujya e/ou a um misto de um ou mais
de tais tipos de liberações. Temos o que precisamos ter, quando servimos com
pureza ao Senhor, segundo nosso destino eterno. Quanto a acreditar que sampiya
moksha é desejável, V d, é natural, para quem ama Krishna, cultivar em seu
coração o desejo de estar sempre perto dEle. Vipralambha é inclusive um
sentimento profundo de separação amorosa que a impressão de distanciamento nos
causa. No entanto, compreendamos que, quando estamos liberados, não nos
afastamos mais dEle, apesar de, em alguns momentos, Madhava nos inspirar tal
sentimento de separação, do qual desfruta, ao experimentar do nosso profundo
amor por Sua Pessoa.
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