O amor é um sentimento mais
abrangente do que o evento do romance. Ele é o que se sente por outra entidade,
podendo haver reciprocidade ou não. Este outro alguém nem sempre é humano,
porém, quando o sentimento amoroso envolve romance, pressupõe-se haver
envolvimento entre seres de uma mesma espécie. (...).
David Naugle (s/d) menciona três tributários que acredita que influenciem a ideia de amor da
sociedade ocidental. Estes tributários são: a doutrina de Platão de eros,
a obra Symposium do mesmo autor e o conceito bíblico de agape.
O amor platônico é descrito, então, como apreciação da essência do belo e do bom por determinado observador, o qual, perante a visão dela e através dela contempla tal permanente e imortal essência.
Ao contemplá-la, a vida valerá
a pena ser vivida e o ser humano terá se tornado imortal. Além do que, é ele um
elo que pode ligar o ser humano a Deus e Deus ao ser humano, por traduzir
elementos de um para o outro. Ou seja, o filósofo percebe que o arquétipo do
amor apaixonado (ou romântico) existe no plano divino, que transcende ao mundo
das pessoas mortais comuns. (...).
Exatamente por ser este amor
voltado a um Deus que é Pessoa, torna-se possível fazer uma aproximação das
duas categorias de amor aqui focalizadas. O romance (amor romântico ou eros), que se volta à essência do belo
e/ou do bom, segundo a percepção de quem ama; e o amor propriamente dito (amor
divino ou agape), direcionado à
Pessoa de Deus.
Tal percepção vê Deus como uma
Pessoa Suprema, que é a Fonte de todas as outras pessoas e as contém, bem como
se relaciona com todas elas, de alguma forma. Mas, em um mundo em que o
materialismo predomina, poucos conseguem entender como tal relacionamento
acontece.
Ocorre que, sendo Ele uma
Pessoa, esta Pessoa ama e, ao mesmo tempo, se relaciona romanticamente com
algumas outras pessoas[i].
Então, tem-se amor (agape) e romance (eros) interligados em um único evento, o qual é eterno e perfeito.
Na verdade, quando entre seres humanos existe amor e romance juntos, tem-se uma
manifestação do que originalmente existe na Consciência Absoluta de Deus.
Este tipo de amor divino é o
arquétipo de um sentimento que une a alma ao seu Deus e a Deus para com tudo o
que Lhe pertence, sendo um sentimento bastante necessário no mundo. Ele é
necessário pois, além de inspirar o convívio harmonioso entre homens e
mulheres, também causa o respeito para com as demais espécies.
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