segunda-feira, 11 de outubro de 2021

O Amor Conjugal em Essência

 


O amor é um sentimento mais abrangente do que o evento do romance. Ele é o que se sente por outra entidade, podendo haver reciprocidade ou não. Este outro alguém nem sempre é humano, porém, quando o sentimento amoroso envolve romance, pressupõe-se haver envolvimento entre seres de uma mesma espécie. (...). 

David Naugle (s/d) menciona três tributários que acredita que influenciem a ideia de amor da sociedade ocidental. Estes tributários são: a doutrina de Platão de eros, a obra Symposium do mesmo autor e o conceito bíblico de agape.

Tais tributários contém em si dois conceitos diferentes de amor, o que nos remete mais uma vez às palavras romance e amor. J. Warren Slote (1940) confronta os dois conceitos, analisando o amor conforme ele é descrito no Symposium de Platão e conforme o apóstolo João, discípulo de Jesus, o coloca em suas escrituras.

O amor platônico é descrito, então, como apreciação da essência do belo e do bom por determinado observador, o qual, perante a visão dela e através dela contempla tal permanente e imortal essência.

Ao contemplá-la, a vida valerá a pena ser vivida e o ser humano terá se tornado imortal. Além do que, é ele um elo que pode ligar o ser humano a Deus e Deus ao ser humano, por traduzir elementos de um para o outro. Ou seja, o filósofo percebe que o arquétipo do amor apaixonado (ou romântico) existe no plano divino, que transcende ao mundo das pessoas mortais comuns. (...).

Exatamente por ser este amor voltado a um Deus que é Pessoa, torna-se possível fazer uma aproximação das duas categorias de amor aqui focalizadas. O romance (amor romântico ou eros), que se volta à essência do belo e/ou do bom, segundo a percepção de quem ama; e o amor propriamente dito (amor divino ou agape), direcionado à Pessoa de Deus.

Tal percepção vê Deus como uma Pessoa Suprema, que é a Fonte de todas as outras pessoas e as contém, bem como se relaciona com todas elas, de alguma forma. Mas, em um mundo em que o materialismo predomina, poucos conseguem entender como tal relacionamento acontece.

Ocorre que, sendo Ele uma Pessoa, esta Pessoa ama e, ao mesmo tempo, se relaciona romanticamente com algumas outras pessoas[i].

Então, tem-se amor (agape) e romance (eros) interligados em um único evento, o qual é eterno e perfeito. Na verdade, quando entre seres humanos existe amor e romance juntos, tem-se uma manifestação do que originalmente existe na Consciência Absoluta de Deus.

Este tipo de amor divino é o arquétipo de um sentimento que une a alma ao seu Deus e a Deus para com tudo o que Lhe pertence, sendo um sentimento bastante necessário no mundo. Ele é necessário pois, além de inspirar o convívio harmonioso entre homens e mulheres, também causa o respeito para com as demais espécies.

Para mais detalhes, clique aqui.



 

[i] Madhurya-Rasa é o nome que se dá a um tipo de conjunto de sensações e vivências conscientes, às quais uma alma pode submeter-se, ao relacionar-se com a Pessoa de Deus (Bhagavan) através do amor conjugal.


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Apresentação Geral

Madhurya é a vida se expressando como fluência amorosa, doce e linda. ...