domingo, 10 de agosto de 2025

Apresentação Geral





Madhurya é a vida se expressando como fluência amorosa, doce e linda. Ela é como a beleza da flor que exala a fragrância perfeita; e a paisagem mais bela que se possa conceber.


Trata-se de um jeito de estar em todos os mundos em que Krishna esteja ao mesmo tempo, pois transcende as fronteiras deles.

Desde que haja Krishna, então há tudo o que é preciso para existir tal bhava. Ele é o eixo da existência e o centro das atenções na doçura do amor. É o amado eterno e Senhor de tudo o que se possa pensar, sentir e ver.

Madhurya faz o mundo girar em torno dEle, sendo Ele a Fonte e também o Fim do que se quer para sempre ser.

Quem descobre-se amando à Pessoa de Deus assim, já não poderá mais conter o sentimento que exaure todos os sentidos, quando eles só pretendem servir ao Amor que por Madhava se sente.


Que amor é este, então?

Um amor assim tão grande, que nada pode vencer, é a verdadeira experiência de vida. Ele é puro, isento de máculas. Perfeito e intenso, este amor é a vitória maior a se conquistar.

Quem o desconhece não tem como atinar para o seu significado. Mas, ao vivenciá-lo, nada mais há que se desejar, exceto a Krishna se entregar.

Este amor está nas escrituras mais sagradas, as quais descrevem o que as gopis sentem pelo seu Amado. É este sentimento que as esposas de Shri Hari expressam, quando absortas nEle

"permaneciam sem fala alguns instantes”, para então, repentinamente “irromperem em palavras incoerentes de modo semelhante a lunáticas. Na intensidade do seu amor, elas (de tempos em tempos, experimentavam dor excruciante de separação do seu Senhor, mesmo na Sua presença e) paravam com suas falas delirantes (Srimad-Bhagavatam 10.90.14)”.

Só quem experimenta de madhurya-rasa sabe exatamente do que se trata tal excruciante dor que as esposas sentem ao pensarem em se separar de Krishna.

Afinal, o amor conjugal pelo Senhor da vida (Deus) transcende qualquer limite. Logo, não existem limitações ao desejo de se querer estar ao lado dEle; o que acontece por ser a Pessoa Suprema que pensa estar relacionando-se com quem percebe-se relacionar-se desta maneira com Ele.

Krishna não pode ser circunscrito por nenhum tipo de fronteira, mesmo que seja do pensamento. Sendo a Absoluta Personalidade, Ele é o infinito e Suas relações transbordam perfeição e beleza.

Quem tem este tipo de experiência, no bhava de Madhurya, vive em uma condição que é também infinita. Sendo tal vivência tão perfeita, pura, doce, delicada e intensa, a contraparte de Shri Hari se deixa levar por este imenso “buraco negro” que Ele é (do qual é impossível escapar).



Os textos e poesias deste blog foram redigidos por Shri Krishna Madhurya, como expressão do seu amor conjugal por Krishna. Conheça também https://shankarayanamah.blogspot.com/ e https://jardinsdekrishna.com.  

Vrindavana Yatra

Depois de muitas estadias em Vrindavana, enquanto me preparo para o que será minha décima viagem para visitar lugares sagrados da Índia, organizo uma espécie de roteiro. Aqui disponibilizo algumas informações importantes sobre alguns de tais lugares a rever, pois sei que elas podem ajudar quem estiver indo pela primeira vez e/ou interessado em visitar a cidade de Radhe Shyam. Por serem muitos os recantos, templos e paisagens que merecem ser mencionados, optei por dividir o assunto em quatro postagens: i) Vrindavan parikrama; ii) o Yatra da Nova Vrindavan; iii) o Yatra da Antiga Vrindavan; iv) Braj Mandal Yatra (Barsan, Gokul, Mahavan, Nandgaon, Govardhana, Dauji, Mathura e outras localidades).

 

Parte I: Vrindavan parikrama

Com 12 Km de extensão, é a rota que circunda a cidade de Radhe Shyam, ao longo da qual se pode meditar na sagrada lila. Geralmente a caminhada começa na Parikrama Marg, na esquina do Templo de Krishna Balarama (da ISKCON) e se prolonga por 10 Km. Pode-se fazer o percurso em cerca de 3 horas de caminhada, o que depende do ritmo de cada um e das paradas que se façam ao longo do trajeto. Alguns pontos da caminhada com grande relevância espiritual são:

Kaliya Ghat (Kalideh ou Kaliya Daha) - local onde Krishna derrota Kaliya, conforme descrito no Bhagavata Purana 10.16-17, incluindo uma árvore Kadamba muito velha, certamente descendente daquela sobre a qual Madhava subiu para pular na água e subjugar a serpente.





Shri Radha Madan Mohan Mandir – bem próximo ao Kaliya Ghat, estabelecido por Sanatana Goswami, discípulo direto de Shri Krishna Caitanya e autor de livros importantes da Brahma Madhva Gaudiya Sampradaya, onde uma réplica de Madana Mohana (que está em Jaipur) foi estabelecida. É possível visitar ali também o Samadhi de Shri Sanatana Goswami; e a Dwadash Aditya Tila, para onde Krishna foi levado depois de ter subjugado Kaliya.


Imli Tala Mandir – o local onde Krishna senta-se para meditar no profundo sentimento de separação de Shri Radhe, quando Ela sai da dança da rasa, ao perceber que outras gopis também dançam com Ele simultaneamente (Bhagavata Purana 10.29-33). Aqui também, segundo a tradição da Brahma Madhva Gaudiya Sampradaya, se diz que Caytania sentava em busca da experiência do sentimento de Amor de Radha Krishna.



Shringar Ghat – local onde Krishna encontra Radha, escondida sobre uma árvore Banyan, depois de ter meditado na separação onde hoje existe o Imli Tala Mandir. Na entrada para o local, há uma deidade de Shri Bateshwar Mahadeva. Para ver algumas imagens, clique aqui.

 

Chira Ghat – onde Krishna rouba as roupas das gopis, de acordo com Bhagavata Purana 10.22, subindo em uma árvore Kadamba, cuja descendente existe ali até hoje, sendo imbuída da espiritualidade da mesma árvore sob a qual Ele sobe. Devido à mudança da configuração dos bancos do rio Yamuna, atualmente o Chira Ghat não está mais às suas margens. A árvore Kadamba recebe homenagens dos devotos, adoração e oferendas. Para ver algumas imagens, clique aqui. Na área, há uma rua com saída para o Banke Bihari Mandir.

 

Keshi Ghat – onde se pode presenciar, no alvorecer, o puja de Yamuna. O local relembra o passatempo de Krishna matando o demônio com forma de cavalo, Keshi, relatado no Bhagavata Purana 10.37. Pode-se visitar também o Yamuna Mandir e Mahadeva Mandir, situados no limite do Keshi Ghat com a rota do parikrama.



Outros momentos do parikrama envolvem: a entrada para Nidhivan, Shaji Mandir, Shri Radha Raman Mandir; a passagem pelo Tatiya Sthan (local de meditação de Lalit Kishori, seguidor de Swami Haridas); e a chegada no Atalla Chungi e na Caitanya Mahaprabhu Marg, além do contato com ashrams de diferentes gurus e templos (como o Jagannath Ghat Mandir). Alguns desses elementos do ambiente sagrado de Vrindavana serão mencionados novamente nas próximas postagens dessa sequência.


Apresentação Geral

Madhurya é a vida se expressando como fluência amorosa, doce e linda. ...