sábado, 24 de maio de 2025
Apresentação Geral
Krishna Casa com 16.108 Esposas
É relatado que a princesa de Vidarbha, Rukmini, “tendo ouvido falar da beleza, das proezas, do caráter e das opulências de Mukunda, o considerou um Esposo adequado. Tendo Krishna ficado sabendo que Ela era um reservatório de inteligência, marcas auspiciosas, magnanimidade, beleza, bom comportamento e outras qualidades, também a considerou uma Esposa adequada e decidiu casar-se com a mesma (SB 10.52.23-24)[1]”.
No entanto, o irmão mais velho de Rukmini (Rukmi) odiava Krishna e fez todos os arranjos para casá-la com Sisupala (primo inimigo de Madhava). “A princesa de Vidarbha com seus olhos negros, estava infeliz com tal conhecimento. Condoendo-se mentalmente, com rapidez, Ela enviou um brahmana confiável a Krishna (SB 10.52.26)[2]”.
Este brahmana leva uma mensagem a Madhava, na qual Rukmini se oferece a Ele como esposa e pede-Lhe que a rapte antes que Seu casamento com Sisupala possa ser celebrado[3]. A Suprema Pessoa concorda e Seu modo de ação, assim como o lustre da beleza de Rukmini, entregando Sua beleza ao Senhor, são relatados no Srimad-Bhagavatam 10.52.51-55. Então, os exércitos liderados por Rukmi e ele próprio são vencidos. De modo que, “os cidadãos de Dvaraka ficaram arrebatados de felicidade em ver Krishna, o Mestre de todas as Opulências, unido em matrimônio com Rukmini, a Deusa da Fortuna (SB 10.54.60)[4]”.
Depois disso, tendo lutado por ininterruptos 28 dias com Jambavan, por causa da joia Syamantaka, o Senhor foi, enfim, reconhecido por este como sendo a Suprema Pessoa. Então, “ele (Jambavan) alegremente presenteou Krishna, em respeitosa oferenda, com sua filha donzela, Jambavati, junto com a joia (SB 10.56.32)[5]”.
Keshava volta à corte de Dwarka com sua nova esposa e restitui Syamantaka ao seu dono original, Satrajit. Este havia ofendido Krishna, acreditando que ele roubara sua joia, de modo que, com vergonha da ofensa que causara, decide oferecer sua filha Satyabhama como presente a Madhava.
“Satyabhama, que era desejada por muitos homens devido a suas qualidades de fino caráter, sua beleza e pela magnanimidade com a qual era abençoada, casou com o Senhor, de acordo com os costumes (SB 10.56.44)[6]”. Em outro momento, Krishna parte para Indraprastha, a fim de visitar seus primos Pandavas. Em uma de Suas incursões à floresta com Arjuna, eles encontram Kalindi[7], que diz estar engajada em penitência a fim de obter o Senhor Vishnu como Esposo.
“Não aceitarei nenhum outro esposo que não seja Ele, a residência de Shri. Que o Supremo Senhor Mukunda, o abrigo dos necessitados, fique satisfeito comigo” (SB 10.58.21)[8] – ela diz. Então, Krishna volta para Dvaraka e “Ele, que era tão meritório, casa com Kalindi, em um dia em que as estações, as estrelas e outros astros estavam bastante favoráveis a espalhar a maior alegria entre Seu povo (SB 10.58.29)[9]”.
Posteriormente, outra jovem, que se sentia atraída por Krishna, fora proibida por seus irmãos de escolhê-Lo como Esposo no seu svayamvara[10]. “Mitravinda, a filha de Rajadhidevi, a irmã do pai dEle, foi raptada a força por Krishna diante dos olhos dos reis (SB 10.58.31)[11]”. Também Satya, a filha de Nagnajit, o desejava. Porém, este legislador havia prescrito que “nenhum rei iria casar com ela se não pudesse vencer sete incontroláveis, viciosos touros, os quais, com os chifres mais afiados, não toleravam o cheiro de guerreiros (SB 10.58.33)[12]”.
Shri Krishna sabendo de tudo isso, aproximou-se de Nagnajit e pediu-Lhe sua filha em casamento. O rei ascedeu, desde que Mukunda vencesse o desafio dos sete touros. “Ouvindo a condição, o Senhor apertou Suas vestimentas, se dividiu em sete e subjugou os touros como se participasse de um simples jogo (SB 10.58.45)[13]”. Ao presenciar o acontecido, “o rei, atônito e agradecido, deu a Krishna sua filha. O Senhor Supremo, o Mestre, a aceitou segundo às injunções védicas (SB 10.58.47)[14]”. Ademais, Keshava ainda casa com: Bhadra, uma princesa de Kaikeya e prima Sua, que Lhe é dada em casamento; Lakshmana, filha do rei de Madra, que rapta da cerimônia de svayamvara; e outras 16.100 jovens, as quais tinham sido aprisionadas pelo demônio Bhaumasura (SB 10.58.56-58).
Este texto é um trecho do livro Radha Krishna – o sol da união entre as chamas gêmeas (2018), de autoria de Shri Krishna Madhurya. Para ler mais alguns trechos do livro, clique aqui.
[1] sopaśrutya mukundasya
rūpa-vīrya-guṇa-śriyaḥ
gṛhāgatair gīyamānās
taṁ mene sadṛśaṁ patim
tāṁ buddhi-lakṣaṇaudārya-
rūpa-śīla-guṇāśrayām
kṛṣṇaś ca sadṛśīṁ bhāryāṁ
samudvoḍhuṁ mano dadhe
(Srimad Bhagavatam 10.52.23-24)
[2] tad avetyāsitāpāṅgī
vaidarbhī durmanā bhṛśam
vicintyāptaṁ dvijaṁ kañcit
kṛṣṇāya prāhiṇod drutam
(Srimad-Bhagavatam 10.52.26)
[3] Em Madhurya, a Rasa da Doçura (2015), relato: “Rukmini escreveu para Keshava (SB 10.52.39), tan me bhavān khalu vṛtaḥ patir aṅga jāyām ātmārpitaś ca bhavato ’tra vibho vidhehi: “Você foi eleito por mim para ser meu esposo, ó querido, e este (meu) corpo Lhe foi concedido. (Rogo,) Leve-me como sua esposa (da casa do meu pai)”. Para reforçar seus sentimentos, ela se coloca (SB 10.52.43), dizendo que, caso não receba a graça que pede, yarhy ambujākṣa na labheya bhavat-prasādaṁ jahyām asūn vrata-kṛśān śata-janmabhiḥ syāt: “deverei deixar minha vida, (já) definhada através de jejum, (a cada vez que eu renasça) na esperança que a graça seja assegurada (mesmo que) através de uma centena de nascimentos”.
[4] dvārakāyām abhūd rājan
mahā-modaḥ puraukasām
rukmiṇyā ramayopetaṁ
dṛṣṭvā kṛṣṇaṁ śriyaḥ patim
(Srimad Bhagavatam 10.54.60)
[5] ity uktaḥ svāṁ duhitaraṁ
kanyāṁ jāmbavatīṁ mudā
arhaṇārtham sa maṇinā
kṛṣṇāyopajahāra ha
(Srimad-Bhagavatam 10.56.32)
[6] tāṁ satyabhāmāṁ bhagavān
upayeme yathā-vidhi
bahubhir yācitāṁ śīla-
rūpaudārya-guṇānvitām
(Srimad-Bhagavatam 10.56.44)
[7] Kalindi é outro nome de Yamuna Devi. Em Bhakti-Rasa e o Caminho da Flor de Lótus (2016), dei expressão ao amor conjugal de Yamuna por Krishna, relatando: “Quanta impaciência supostamente me toma quando penso nEle que é o motivo de minha visão! Ainda me lamento porque O quero tocar e senti-Lo ao meu lado. Então, chamo por Seu doce nome, pensativa que estou, tomando-O por meu Senhor e meu Consorte. Shyama, Shyama...’. Yamuna parece agonizar, porém, seu lamento mistura-se com as vozes que ecoam da própria Vrindávana. É difícil estabelecer com clareza o que pertence a uma ou outra, afinal, ambas expressam o que Shri Radhe sente enquanto manifestação deste amor profundo que não a permite de Krishna esquecer por nenhum momento”. Também expus a relação que há entre o amor de Radha por Krishna e o de Yamuna pelo mesmo objeto de adoração. Pois, “Radha muitas vezes pensou: ‘Como posso continuar sendo o que não me dá paz? Como posso continuar vivendo sem o que me faz viver? Como posso estar sem Krishna em um mundo onde eu existo apenas para com Ele estar?’. Seus pensamentos turbulentos de amor pela Fonte de todo Amor estimulam-na eternamente a buscá-Lo e em Suas veias corre um fluído da cor de Shyam. Da expressão deste fluir é que Yamuna Devi faz-se existir, manifestando em si o ardor que está em Shri Radhe”.
[8] nānyaṁ patiṁ vṛṇe vīra
tam ṛte śrī-niketanam
tuṣyatāṁ me sa bhagavān
mukundo ’nātha-saṁśrayaḥ
(Srimad-Bhagavatam 10.58.21)
[9] athopayeme kālindīṁ
su-puṇya-rtv-ṛkṣa ūrjite
vitanvan paramānandaṁ
svānāṁ parama-maṅgalaḥ
(Srimad-Bhagavatam 10.58.29)
[10] Svayamvara era um direito assegurado às jovens em idade de contrair casamento. Tratava-se de uma cerimônia, onde noivos em potencial se apresentavam perante a corte e a jovem podia escolher com quem casaria.
[11] rājādhidevyās tanayāṁ
mitravindāṁ pitṛ-ṣvasuḥ
prasahya hṛtavān kṛṣṇo
rājan rājñāṁ prapaśyatām
(Srimad-Bhagavatam 10.58.31)
[12]na tāṁ śekur nṛpā voḍhum
ajitvā sapta-go-vṛṣān
tīkṣṇa-śṛṅgān su-durdharṣān
vīrya-gandhāsahān khalān
(Srimad-Bhagavatam 10.58.33)
[13] evaṁ samayam ākarṇya
baddhvā parikaraṁ prabhuḥ
ātmānaṁ saptadhā kṛtvā
nyagṛhṇāl līlayaiva tān
(Srimad-Bhagavatam 10.58.45)
[14] tataḥ prītaḥ sutāṁ rājā
dadau kṛṣṇāya vismitaḥ
tāṁ pratyagṛhṇād bhagavān
vidhi-vat sadṛśīṁ prabhuḥ
(Srimad-Bhagavatam 10.58.47)
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Introduction: Summary From the Book Madhurya, the Rasa of Sweetness Madhurya Rasa is the most intimate rasa to establish a close rela...
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Figure 1 - Guru Ma Shri at Rukmani Temple, Dwarka. Summary from the Book Madhurya, the Rasa of Sweetness The experience I have is quit...