sábado, 15 de março de 2025

Apresentação Geral





Madhurya é a vida se expressando como fluência amorosa, doce e linda. Ela é como a beleza da flor que exala a fragrância perfeita; e a paisagem mais bela que se possa conceber.


Trata-se de um jeito de estar em todos os mundos em que Krishna esteja ao mesmo tempo, pois transcende as fronteiras deles.

Desde que haja Krishna, então há tudo o que é preciso para existir tal bhava. Ele é o eixo da existência e o centro das atenções na doçura do amor. É o amado eterno e Senhor de tudo o que se possa pensar, sentir e ver.

Madhurya faz o mundo girar em torno dEle, sendo Ele a Fonte e também o Fim do que se quer para sempre ser.

Quem descobre-se amando à Pessoa de Deus assim, já não poderá mais conter o sentimento que exaure todos os sentidos, quando eles só pretendem servir ao Amor que por Madhava se sente.


Que amor é este, então?

Um amor assim tão grande, que nada pode vencer, é a verdadeira experiência de vida. Ele é puro, isento de máculas. Perfeito e intenso, este amor é a vitória maior a se conquistar.

Quem o desconhece não tem como atinar para o seu significado. Mas, ao vivenciá-lo, nada mais há que se desejar, exceto a Krishna se entregar.

Este amor está nas escrituras mais sagradas, as quais descrevem o que as gopis sentem pelo seu Amado. É este sentimento que as esposas de Shri Hari expressam, quando absortas nEle

"permaneciam sem fala alguns instantes”, para então, repentinamente “irromperem em palavras incoerentes de modo semelhante a lunáticas. Na intensidade do seu amor, elas (de tempos em tempos, experimentavam dor excruciante de separação do seu Senhor, mesmo na Sua presença e) paravam com suas falas delirantes (Srimad-Bhagavatam 10.90.14)”.

Só quem experimenta de madhurya-rasa sabe exatamente do que se trata tal excruciante dor que as esposas sentem ao pensarem em se separar de Krishna.

Afinal, o amor conjugal pelo Senhor da vida (Deus) transcende qualquer limite. Logo, não existem limitações ao desejo de se querer estar ao lado dEle; o que acontece por ser a Pessoa Suprema que pensa estar relacionando-se com quem percebe-se relacionar-se desta maneira com Ele.

Krishna não pode ser circunscrito por nenhum tipo de fronteira, mesmo que seja do pensamento. Sendo a Absoluta Personalidade, Ele é o infinito e Suas relações transbordam perfeição e beleza.

Quem tem este tipo de experiência, no bhava de Madhurya, vive em uma condição que é também infinita. Sendo tal vivência tão perfeita, pura, doce, delicada e intensa, a contraparte de Shri Hari se deixa levar por este imenso “buraco negro” que Ele é (do qual é impossível escapar).



Os textos e poesias deste blog foram redigidos por Shri Krishna Madhurya, como expressão do seu amor conjugal por Krishna. Conheça também https://shankarayanamah.blogspot.com/ e https://jardinsdekrishna.com.  

Minhas Expressões Poéticas


 

Sumário do Livro Madhurya, a Rasa da Doçura

 

Neste resumo, apresentamos comentários e descrições da minha própria poesia que faz parte do livro. Especificamente, há comentários sobre “Saciando-me com Prema”, “Rio de Amor e Devoção”, “Amor por Krishna” e “Vipralambha (Separação sem Estar Separado)”.

Em “Saciando-me com Prema (Amor Puro por Deus)”, exprimo as inúmeras impressões do amor de Keshava que me dominam. Esse amor é ilimitado e inesperado, onde a alma, presa a apegos transitórios, não pode compreender totalmente a profundidade de prema-bhakti. Só nestes estados (de prema) é que a alma desperta para a sua relação eterna com o Senhor, compreendendo que, em madhura-rasa, a atenção de Shri Krishna traz um prazer transcendental infinito. 

Ele preenche a vida num instante, sem princípio nem fim, mergulhando-me na Consciência Superior que a tudo contém. Então a alma experimenta uma atração infinita por Ele, a fonte de toda a existência.

Em “Rio de Amor e Devoção”, descrevo que a minha relação com Shri Hari flui como um rio ardente. A alma afoga-se nas suas águas, e a importância da vida mortal desvanece-se, deixando apenas o desejo de permanecer neste turbilhão divino, cheio de amor e bem-aventurança. 

Esta relação sustenta-me, transporta-me para além do tempo, dissolvendo o meu eu mortal. Cresce infinitamente, sem limites, independente do tempo e do lugar. Preenche-me com uma plenitude eterna, tornando-me consciente da presença de Krishna em todos os aspectos da minha vida. Ele faz-me sentir o que não pode ser compreendido pelo raciocínio comum - emoções infinitas e sempre profundas através de passatempos transcendentais. 

O Seu amor é a essência da minha existência, expandindo-se do meu coração, irradiando para o mundo e preenchendo cada experiência com satisfação. Esta Relação Conjugal com Shri Hari está em todo o lado - na natureza, nas estrelas e em todos os seres vivos. Ela é eterna, indestrutível e inalienável, unindo a forma à consciência. 

Em “Saciando-me com Prema” também descrevo Krishna como a pura Luz que ilumina a consciência. Relato que Suas formas de se revelar à alma nunca podem ser totalmente capturadas em palavras ou imagens. Só o contato direto, através da visão divina, permite ver a beleza infinita da Pessoa Suprema. 

O que vejo, portanto, quando estou com Krishna é tudo o que quero ver. O meu coração agarra-se a cada pensamento sobre Ele, e choro com o desejo de partir para a Sua morada eterna. No entanto, enquanto vivo neste mundo contraditório, procuro-O em tudo o que faço, implorando-Lhe que fique sempre por perto.

Em “Amor por Krishna”, digo que nada me agrada mais do que amá-Lo, a Fonte de todo o Amor, e do que perder-me no Seu abraço.  Mas ainda bem que nada pode me impedir de O adorar - Ele é o objeto e o mecanismo da adoração. Ele contém-se a si próprio e a todos os que o amam. Também escrevo sobre o que me preenche em cada momento, quando Krishna me toca, aprofundando a nossa ligação de uma forma que só a nós pertence. 

Através desta poesia, exprimo que estar com Krishna é estar com Deus na Sua Personalidade Absoluta. Ele revela infinitas dimensões de Si mesmo, contendo cada interação. E confesso que ninguém precisa me perguntar como eu sei que é com Ele que estou me relacionando, pois Ele me abraça em momentos de êxtase e torpor. Afinal, a minha experiência com Krishna é eterna. A eternidade da minha ligação com Ele leva-me a pensar, sentir e expressar a perda de mim mesma na Sua (minha) madhurya, mergulhando nas suas profundezas serenas e incondicionais, onde não resta mais nenhuma necessidade. 

Krishna é tudo, e nada me falta. Ele move o mundo, e eu vivo apenas para servi-Lo, recebendo e retribuindo Seu amor sem fim. Compartilho essas palavras com aqueles que anseiam por entender, esperando que eles também possam provar esse néctar divino. 

O Senhor é a origem, o destino e o doador do amor infinito. Seus nomes me inspiram a nunca desistir, pois encontrá-Lo repetidas vezes pôs fim à minha separação. A distância acabou, e a vida se iluminou. 

“Eu pertenço a Você para sempre, meu Senhor”. 

Ao experimentar sharanagati completo, não consigo deixar de pensar em Krishna todos os dias, em todas as situações. O tempo e as circunstâncias se esvaem, mas meu amor permanece. 

Depois, em “Vipralambha (Separação Sem Estar Separada)”, expresso o imenso vazio que isso cria. A distância aumenta a saudade, e o mundo perde o sentido. Sei que Krishna está em tudo, mas a alma, obscurecida pela ilusão, se esquece de Sua presença.  É por isso que viver neste mundo significa estar cercada por pessoas distantes Dele, mas somente Ele pode libertar cada alma da confusão e purificar o coração. Não me importo com mais nada e só desejo encontrar Krishna, implorando para que Ele não me deixe outra escolha a não ser Ele mesmo - mesmo que isso signifique renunciar a caminhos mais fáceis. 

O amor que sinto é incomparável, indescritível e impossível de sustentar por qualquer coisa que não seja Krishna. Não consigo esquecê-Lo, nem desejo esquecê-Lo. Eu me rendo às emoções que dominam meu coração, desejando cada vez mais impressões dEle. Esses sentimentos pertencem a uma época em que eu lutava para perceber Krishna em meio à vida material, mas agora minha percepção se expandiu para vê-Lo em todas as coisas. 

 

Perguntas/Respostas

Diálogo Entre V d e Guru Ma Shri

 

1. GuruMa, no verdadeiro Sharnagati, os devotos puros não se preocupam com o bhava em que o Senhor os aceita, mas eu realmente desejo que Krishna me aceite no estado de consorte. Embora eu saiba que qualquer relacionamento com Ele será completamente gratificante. O que devo fazer? Devo parar de desejar um bhava específico com Krishna?

Pode desejar no seu íntimo, abrindo seu coração, no entanto, para as experiências que fluírem para você, a partir da vontade de Krishna. Na medida em que for se libertando das teias da ilusão material, as experiências transcendentais se tornarão mais evidentes. Sua liberdade em expansão a direcionará para o bhava eterno que lhe pertence e não duvidará mais da fidedignidade e profundidade dele.

 

2. GuruMa, você me disse que dá o mantra Gopi Bhava apenas no sanyaas diksha. Eu não sei se isso será possível para mim, mas eu queria saber se aqueles que não tomam sanyaas e, portanto, não recebem o Gopi Bhava Mantra, ainda podem obter siddha Gopi deha e bhava nesta vida ou depois de deixarem seu corpo e estarem com Krishna como Sua consorte?

Obter o siddha deha é fruto da misericórdia de Krishna, nessa vida ou após deixar o corpo. Isso pode acontecer através do(a) Guru (Ma) ou não. No caso das minhas iniciações, o mantra de Madhurya Bhava só pode ser obtido através de sanyaas diksha, mas isso não impede que experiências puras anteriores ao mantra possam se expressar na triangulação entre Krishna, o(a) discípulo(a) e eu mesma (enquanto Guru Ma). Quanto a estar com Krishna como Sua consorte, nem todos terão tal experiência, pois na lila divina existem diferentes maneiras de se relacionar com Ele, que não sejam conjugais.

My Poetic Expressions

 


Summary from the Book Madhurya, the Rasa of Sweetness

 

In this summary, we present comments and descriptions of my own poetry that is part of the book. Specifically, there are comments on “Satiating Me with Prema”, "River of Love and Devotion", "Love for Krishna" and "Vipralambha (Separation without Being Separated)".

In "Satiating Me with Prema (Pure Love for God)," I express the countless impressions of Keshava’s love that overwhelm me. This love is limitless and unexpected, where the soul, bound by transient attachments, cannot fully comprehend the depth of prema-bhakti. Only in these states does the soul awaken to its eternal relationship with the Lord, realizing that in madhura-rasa, Shri Krishna’s attention brings infinite transcendental pleasure.  

He fills life in an instant without beginning or end, immersing me in Higher Consciousness that contains everything. The soul then experiences an infinite attraction to Him, the source of all existence.

In "River of Love and Devotion", I describe that my relationship with Shri Hari flows like a blazing river. The soul drowns in its waters, and the importance of mortal life fades, leaving only the desire to remain in this divine whirlwind, full of love and bliss.  

This relationship sustains me, carrying me beyond time, dissolving my mortal self. It grows infinitely, without limits, independent of time and place. It fills me with everlasting fullness, making me aware of Krishna’s presence in every aspect of my life. He makes me feel what cannot be grasped by common reasoning — endless, ever-deepening emotions through transcendental pastimes.  

His love is the essence of my existence, expanding from my heart, radiating into the world, and filling every experience with satisfaction. This Conjugal Relationship with Shri Hari is everywhere — in nature, the stars, and every living being. It is eternal, indestructible, and inalienable, uniting form with consciousness.  

In "Satiating Me with Prema," I also describe Krishna as the pure Light that illuminates consciousness. I report that His ways of revealing Himself to the soul can never be fully captured in words or images. Only direct contact, through divine vision, allows someone to see the infinite beauty of the Supreme Person.  

What I see, therefore, when I am with Krishna is all that I want to see. My heart clings to every thought of Him, and I cry with the longing to leave for His eternal abode. Yet, while living in this contradictory world, I search for Him in everything I do, begging Him to always stay nearby.

In "Love for Krishna", I say that nothing pleases me more than to love Him, the Source of all Love, and to lose myself in His embrace.  But it’s a good thing that nothing can stop me from adoring Him — He is the object and mechanism of worship. He contains Himself and everyone who loves Him. I also write about what fills me in every moment, as Krishna touches me, deepening our connection in ways that belong only to us.  

Through this poetry, I express that to be with Krishna is to be with God in His Absolute Personality. He reveals endless dimensions of Himself, containing every interaction. And I confess that no one needs to ask me how I know that it’s Him with whom I am relating myself, because He holds me in moments of ecstasy and torpor. Afterall, my experience with Krishna is eternal. The eternity of my bond with Him leads me to think, feel, and express the loss of myself in His (my) madhurya, diving into its serene, unconditional depths where no other need remains.  

Krishna is everything, and I lack nothing. He moves the world, and I live only to serve Him, receiving and reciprocating His endless love. I share these words with those who long to understand, hoping they too may taste this divine nectar.  

The Lord is the origin, the destination, and the giver of infinite love. His names inspire me never to let go, for meeting Him again and again has ended my separation. The distance is over, and life is illuminated.  

“I belong to You forever, my Lord”.  

While experiencing full sharanagati, I cannot help but think of Krishna every day, in every situation. Time and circumstances fade, but my love remains.  

Then, in "Vipralambha (Separation without Being Separated)", I express the immense void this creates. The distance heightens the longing, and the world loses meaning. I know Krishna is in everything, but the soul, clouded by illusion, forgets His presence.  

That’s why living in this world means being surrounded by those far from Him, yet He alone can free every soul from confusion and purify the heart. I care for nothing else and only wish to meet Krishna, pleading for Him to leave me no choice but Himself — even if it means giving up easier paths.  

The love I feel is unmatched, indescribable, and impossible to sustain for anything but Krishna. I cannot forget Him, nor do I wish to. I surrender to the emotions that overwhelm my heart, craving for more impressions of Him. These feelings belong to a time when I struggled to perceive Krishna amidst material life, but now my perception has expanded to see Him in all things.  


Questions/Answers

Dialogue Between V d and Guru Ma Shri

 

1. GuruMa in true Sharnagati the pure devotees do not worry in whatever bhava the Lord accepts them, but I really desire that Krishna accepts me in the mood of a consort. Though I know any relationship with Him will be completely fulfilling. What shall I do? Should I stop desiring a particular bhava with Krishna?

You can wish within yourself, opening your heart, however, to the experiences that flow to you from Krishna's will. As you free yourself from the webs of material illusion, transcendental experiences will become more evident. Your expanding freedom will direct you towards the eternal bhava that belongs to you, and you will no longer doubt its trustworthiness and depth.

 

2. GuruMa you told me that you give Gopi Bhava Mantra only in sanyaas diksha. I do not know whether that will be possible for me but I wanted to know for those who do not take sanyaas and hence do not get Gopi Bhava Mantra can they still get siddha Gopi deha and bhava in this life or after they leave their body and be with Krishna as His consort?

Getting siddha deha is the fruit of Krishna's mercy, in this life or after leaving the body. This can happen through the Guru (Ma) or not. In the case of my initiations, the Madhurya Bhava mantra can only be received through sanyaas diksha, but this doesn't prevent pure experiences prior to the mantra from being expressed in the triangulation between Krishna, the disciple and myself (as Guru Ma). Regarding being with Krishna as His consort, not everyone will have such an experience, because in the divine lila there are different ways of relating to Him, other than conjugal.

Apresentação Geral

Madhurya é a vida se expressando como fluência amorosa, doce e linda. ...