segunda-feira, 26 de agosto de 2024

O Poder do Sol da União entre as Chamas Gêmeas

 

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O que resulta de uma união assim é liberdade de tudo o que interfere na experiência da vida. Liberdade da alma para empreender seus voos rumo às dimensões mais elevadas onde preencher-se de sublimes vivências. Liberdade do espírito para aprender a transitar entre as teias de eventos do mundo material bem como dos mundos sutis[i]. E, além de tudo, liberdade para viver o amor em sua mais sublime expressão. Este amor faz-nos realizar a agape (amor) e eros (romance) ao mesmo tempo, pois, as chamas gêmeas empreendem uma viagem de auto reconhecimento como raios que emanam do Amor das Chamas Gêmeas originais (em Radha Krishna ou Shiva Parvati ou Deus Pai-Mãe).

A liberdade da alma é o que nos faz identificarmo-nos com determinada polaridade que nos é complementar. Enquanto a pessoa humana ainda se prende demais a apenas seu padrão de existência individual, não consegue desenvolver interesse por significados mais abrangentes da vida. O espírito que se corporifica, vivenciando algum aspecto da consciência humana, geralmente, identifica-se continuamente apenas com o que lhe diz respeito mais diretamente. Desta forma, não tem condições de assumir para si uma relação como a que caracteriza a união perfeita entre as polaridades masculina e feminina de uma mesma nota da Grande Sinfonia.

Para que haja desenvolvimento de interesse pelas questões da alma eterna, é necessário liberar-se dos atrelamentos a detalhes pequenos do mundo material e mesmo de outras dimensões não transcendentais. Ao haver tal libertação, rompem-se com grilhões, os quais somente são percebidos com mais clareza na medida em que a consciência se permite emancipar. O amor da chama gêmea, quando precisa aflorar, chama-nos de volta para nossa verdadeira maneira de sermos. Tal chamado traduz-se em desejo de romper com os mesmos grilhões, o qual se manifesta na forma de inquietação com o estilo de vida que se tem, a maneira de interagir com o mundo e, enfim, com a pessoa que se é.

Este chamado configura-se de maneira que as experiências materiais se fazem na medida da necessidade que existe para que a nova consciência possa expressar-se. Afinal, as polaridades que são consciência (a masculina) e forma (a feminina) de um mesmo ser complementam-se em seus pensamentos, sentimentos e atitudes. Ambas querem o mesmo da vida e de si mesmas e, se ainda não estiverem juntas no campo da materialidade, tenderão a ir encaminhando suas experiências, de modo a reencontrarem-se.  Este encaminhamento recíproco, embora às vezes não esteja acontecendo com a consciência externa uma da outra, está acontecendo entre as duas por consistirem as mesmas em um todo. Este todo é um aspecto do Todo que é Deus Pai-Mãe.

Como o processo de afastar-se e reaproximar-se, que existe entre as polaridades masculina e feminina, acontece entre as Chamas Gêmeas originais (Radha Krishna), o mesmo repete-se para as chamas gêmeas emanadas de tal Fonte. Porém, o Casal Divino vive esta experiência de um jeito que Lhe é peculiar, o que descrevi no livro Radha Krishna – o Sol da União entre Chamas Gêmeas. Da mesma forma, cada par complementar terá uma história que lhe pertence unicamente, embora muitas histórias possam assemelhar-se. Quando tais histórias estão aproximando-se de suas sínteses, as chamas gêmeas estão refazendo-se na sua unidade. Esta unidade as faz realizar a Deus ao autorrealizarem-se, o que lhes causa imersão no Sol da União de Sua Fonte.

Imergir no campo de Deus Pai-Mãe para alguns significa fusão com o Senhor e perda da individualidade da alma. Esta é uma visão impersonalista do Senhor, dentro da qual não há o sat-cit-ananda eterno dos passatempos de Radha Krishna (Shiva Parvati). A experiência conforme eu mesma vivencio, por sua vez, gera fusão e/ou unidade com Deus Pai-Mãe, e, ao mesmo tempo, mantém a individualidade da alma eternamente. Ou seja, as chamas gêmeas percebem-se em unidade no Grande Todo, mas, também se auto percebem amando uma à outra na eternidade da sua relação. Isto é a aplicação do princípio da dualidade/não dualidade (Bhedabheda), o qual traduz à minha maneira de existir junto da Pessoa Suprema.

 

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[i] Aqui emprego os termos alma e espírito com diferentes conotações. Alma é o sopro de vida ou energia inteligente eterna, a qual, quando liberta, existe em sat-cit-anada. Sat-cit-ananda é felicidade e bem-aventurança que resultam da transcendência das necessidades pessoais, as quais levam a sofrimento, estando associada à sensação que a experiência de Deus nos causa. Por espírito, refiro-me à parte da alma que está envolvida em interações com o campo da materialidade. Esta parte é consciência ainda condicionada à linearidade e a experiências transitórias. O espírito precisa libertar-se para que a alma possa expressar-se.

Apresentação Geral

Madhurya é a vida se expressando como fluência amorosa, doce e linda. ...